sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Redescobrindo o Futmesa

Você é um "botonista" ou conhece alguém que seja um? Calma!! O nome é mesmo estranho, mas não quer dizer nada de mau, muito pelo contrário. Explicando: botonista é a pessoa que pratica o esporte futmesa ou, se alguns ainda preferirem, o velho 'jogo de botão'. Histórias sobre a origem desse jogo é o que não faltam.

Ubirajara Godoy Bueno, no seu livro "Botoníssimo", diz que as origens de vários jogos foram reveladas através do rastreamento da História da Humanidade, "com base nos registros preservados ao longo do tempo e outras evidências. Quando isso não é possível, resta-nos apenas suposições ou histórias que não passam de lendas".
Alguns dizem que o Futebol de Mesa seria originário do "Jogo da Pulga", muito praticado na Europa, principalmente na Inglaterra, que consiste em pressionar uma ficha, com outra ficha, de maneira a fazê-la saltar para dentro de um recipiente, como um copo.

Há também quem acredite que o Futebol de Mesa tenha se originado de um jogo popular com três tampas de garrafa. Com um toque de dedo fazia-se com que uma das tampas passasse entre as outras duas; depois outro toque fazendo outra tampa passar entre as duas e, assim, sucessivamente, até chegar ao "gol".

Maria Cristina Von Atzingen, em seu livro "História do Brinquedo" (2001), dá duas versões para a invenção do jogo: a primeira é de que teria sido ele inventado em 1947, por Peter Adolph, com o nome de subbuteo. Mas ressalva ela que, em 1930, Geraldo Décourt, carioca, teria inventado o jogo, que seria jogado com peças feitas de um material chamado "celotex". Afirma ela que o jogo, inicialmente, era jogado com os botões da cueca e depois, do uniforme dos meninos que, por vezes, entravam em classe segurando as calças... O jogo chegou a ser proibido em um colégio do Rio de Janeiro.
Mas, felizmente, o tempo passou e hoje existem várias Federações Estaduais do Futmesa e, ainda, em 1992, foi criada em Curitiba a Confederação Brasileira, tendo regras e times oficiais.

Só homens

Bem, origens e polêmicas à parte, uma grande conquista para os apaixonados do futebol de mesa aconteceu em 1988, quando o CND - Conselho Nacional de Desportos, reconheceu, então, oficialmente o futmesa, como esporte. E mais: em 2000, o Deputado Ramiro Neves apresentou na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo um projeto de Lei oficializando o dia 14 de fevereiro como Dia do Botonista, projeto que foi aprovado na Comissão de Esportes, faltando apenas ser levado a Plenário e transformado em Lei Estadual.

No Brasil, tido como o país do futebol, e bem ou mal, a conquista de cinco Copas do Mundo nos credencia ao 'título', todo esporte que se assemelhar ao máximo ao futebol, certamente, não passará batido, chamando a atenção de muitas pessoas. E o futmesa, parece atrair novos adeptos, país afora, promovendo, essencialmente, novas e boas amizades, aonde ele 'se instala', como aqui em Ribeirão Preto.

Se depender do gestor de setor e promotor de eventos de uma grande loja de esporte, André Luiz Coradini, o futmesa só vai crescer como esporte. Ele não compete, prefere jogar mais por hobby e divulgar o esporte, como já fez, realizando duas Copas Centauro de Futmesa, recebendo botonistas de cidades como Batatais, Franca e Uberaba. "Foi um sucesso e outras competições acontecerão, com todo apoio do Clube Ribeirãopretano de Futmesa", avisa animado.
No mês passado, André promoveu uma apresentação muito especial desse esporte, na loja em que trabalha, com o Círculo Militar de São Paulo, que hoje está entre as três melhores equipes do Estado, tendo a participação do advogado Paulo Perrotti, atual bicampeão paulista.

E há mulheres aderindo a esse jogo? "Não. O interesse é mesmo todo dos homens. Às vezes, as mulheres compram o equipamento para o marido ou os filhos e a faixa etária de quem joga é bem variada", garante André.
Segundo ele, o futmesa não deve ser considerado um esporte caro e seus equipamentos básicos são: a mesa (ou o campo), a bola, as traves, os jogadores e as paletas que podem ser uma mais mole e outra mais dura, para se usar de acordo com as jogadas pretendidas. "Quanto aos times, os preços podem variar de 2 até 110 reais, por exemplo. Hoje em dia os de acrílico, com um furo no meio, para ficar mais leve são os mais indicados". De acordo com ele, os times mais procurados são o do São Paulo, Brasil, Argentina e Real Madrid. André Luiz conta que é muito comum botonistas encomendarem times bem diferentes ou personalizados. "Um colecionador já chegou a encomendar um do time do Tabajara, do programa Casseta e Planeta e há outros bem curiosos...".

Caixinha e na sala

O professor de inglês Ricardo Sacco tinha apenas sete anos de idade quando ganhou da mãe uma caixinha com umas peças redondas e transparentes, com fotos de jogadores do Palmeiras e do Corinthians e, imediatamente, perguntou o que era 'aquilo'. "O moço da loja disse que é futebol de botão", respondeu sua mãe. E de lá pra cá, Ricardo foi se envolvendo e se apaixonando cada dia mais por esse jogo, já tendo participado de vários campeonatos.
Paixão que o fez criar, há três anos, o Clube Ribeirãopretano de Futmesa e não vacila nem um pouco, sempre que pode divulgar o esporte.

Uma das vantagens do futmesa é que, para praticá-lo, não se exige muito espaço físico. Por isso, o professor de inglês não demorou muito para transformar a sala do seu apartamento, na 'sede' do Clube, com todo o apoio da família, instalando ali três mesas, reunindo cerca de 15 pessoas todas as segundas-feiras e, às vezes, sábado à tarde para jogar, recebendo botonistas de várias cidades. "Além de uma terapia muito boa, o futmesa tem o 'poder' de confraternizar e construir boas amizades. É possível fazer grandes amigos em torno de uma mesa de botão como eu já fiz", garante o veterano jogador.
E, durante uma partida, usando a regra paulista que são dois tempos de dez minutos, numa sala de apartamento, como fica a questão do barulho? "Simplesmente não existe. A concentração é tão grande, que acaba gerando um silêncio imenso. A comemoração de um gol ou de uma vitória é sempre comemorada com discrição, sem muita euforia, sem barulho...", finaliza Ricardo.

Um comentário:

  1. quero saber o que tem q comprar para o colégio
    uma lista de material ecolar

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